O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou nesta terça-feira (9/4) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não mencionou a ele a possibilidade de demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Silveira também fez acenos a Prates, e declarou que as divergências que existem entre os dois são públicas e pontuais.
O chefe da pasta foi questionado durante coletiva de imprensa nesta noite, após solenidade para assinatura de uma Medida Provisória que prevê reduzir a conta de energia, no Palácio do Planalto. Silveira também pediu para que os ânimos se arrefeçam e para que a Petrobras tenha “um pouco de paz”.
“Sou responsável por formular as políticas públicas para o setor, e não por dirigir a empresa, que tem sua governança própria, a sua natureza jurídica. De lá para cá, foram todas especulações”, declarou o ministro, após ser questionado sobre a permanência de Prates no cargo. Foi ventilada no governo a possibilidade de trocá-lo pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
“Eu tenho o mais profundo respeito e admiração pelo trabalho que desenvolveu como parlamentar o presidente Jean Paul. Tenho carinho e profundo respeito pelo ser humano que ele é”, acrescentou Silveira. Os dois protagonizaram um embate, especialmente em relação à distribuição de dividendos extraordinários da petroleira, quando Prates defendeu que os recursos fossem repassados, contrariando a posição do governo.
O ministro enfatizou, no entanto, que cabe a ele defender políticas públicas e visões apresentadas pelo governo federal, o que motivou o embate. “Não existe essa personificação, Prates e Silveira. Existem posições já publicamente antagônicas sobre alguns temas”, disse.
Questionado se o presidente Lula havia realmente considerado a demissão do presidente da Petrobras, o ministro respondeu: “Para mim não. Absolutamente não”.
Silveira negou ainda que o governo tenha tomado qualquer tipo de decisão em relação à distribuição dos dividendos. Atualmente, a maior parte dos recursos extraordinários foram guardados em um fundo que, segundo o ministro, é usado exclusivamente para o pagamento de dividendos. Ele foi questionado sobre uma reunião que tratou do tema, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
“Não aconteceu [nenhuma decisão], não é verdade. Posso afirmar que houve discussões, em um plano mais lato sensu. Não foi para discutir a distribuição de dividendos, foi sobre como revigorar a economia nacional. Isso nem poderia ser decidido no âmbito de três ministros, deveriam ter membros da Petrobras”, argumentou Silveira. Cabe ao Conselho Administrativo da estatal a decisão sobre os dividendos.
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